Casa Taquari

Um abraço na natureza

Texto: Ana Marquez

Localizada em Brasília, a Casa Taquari foi projetada em torno de uma árvore típica do cerrado, que já existia antes mesmo do bairro Taquari surgir. A preservação da espécie foi um dos pedidos dos moradores. Tomando este como ponto de partida e dentro das limitações do terreno, os arquitetos criaram dois pavimentos em formato de “U”, como se a estrutura abraçasse a árvore.

A ideia é que a arquitetura fosse integrada a ela. “Atendendo as necessidades do cliente, o nosso objetivo foi criar um projeto prático, funcional, com design diferenciado e ecológico”, conta o arquiteto Ney Lima.

Fachada

A entrada da casa é marcada por uma caixa de concreto aparente onde a porta de aço corten contrasta com o cimento e harmoniza com o revestimento externo.

“Para a fachada, a proposta cria jogos de volumes em formato de cubo” comenta o arquiteto. Os revestimentos da fachada e o concreto aparente dos nichos realçam a cerâmica rústica em terracota e dão um diferencial no projeto. Seguido pelas linhas retas com volumetria em caixas, a residência evidencia o conceito concretista com arquitetura simples e bem definida.

Molduras de concreto em torno das janelas verticais trazem volume e equilíbrio entre a rigidez do concreto e o aconchego do vermelho. Na piscina, foi utilizada pedra verde de origem asiática, conhecida como Hijau, que integra a natureza e traz o frescor necessário ao clima seco e quente de Brasília.

Iluminação e interiores

O projeto de iluminação é pontual. A arquitetura da casa foi desenvolvida com janelas amplas que permitem a entrada de luz natural durante o dia. “No projeto de interiores repetimos o mesmo princípio da fachada. Linhas retas e aconchegantes são revestidas pelo mármore bege Bahia Levigado e pela cerâmica romano rústico” explica.

Através das grandes janelas de vidro, os ambientes da casa são integrados à natureza. “Elementos transparentes e circulares são os destaques das paredes e trazem a perspectiva de comunicação entre os espaços, tendo como passagem a árvore e a área de lazer” relata Lima.

Nas extremidades, cozinhas bistrô e um living envolve a árvore, que ganha destaque por conta do fundo branco e das laterais com revestimento cerâmico rústico, o qual lembra o tradicional adobe empregado nas casas do interior de Goiás.