No projeto arquitetônico da Casa PV, assinado pelo escritório Sergio Sampaio Arquitetura + Planejamento, todos os ambientes foram direcionados para dois elementos exclusivos de um condomínio localizado em Itu (SP): a reserva da Mata Atlântica e a lagoa existente na frente do lote.
Tirando partido da topografia em aclive, o projeto oferece privacidade à área íntima ao posicioná-la no último dos três níveis edificados. A partir disso, origina-se um conjunto de volumes sobrepostos, viabilizados pela estrutura metálica.
“Queríamos potencializar ao máximo a situação privilegiada do terreno, cujo pôr do sol se dá para o lago”, reitera Sergio Sampaio, arquiteto e titular do escritório. “Ao concentrarmos a ala privativa no andar superior, a preocupação era que esse corpo interferisse minimamente na vista da paisagem frontal”, expõe.
Conforme afirma o profissional, a maior dificuldade consistia em resolver a solução estrutural de um programa de 890 m², sem afetar os cenários naturais que cercam a Casa PV. Assim, a opção foi criar um sistema articulado de vigas e perfis metálicos industrializados, que se revela sutilmente através do pilar metálico aparente. Este, por sua vez, conecta o prisma dos dormitórios ao embasamento de concreto, que ancora a construção ao solo.
Com isso, surge um volume de 25 m x 8 m – cujos balanços estruturais alcançam 6,50 metros na parte da frente –, que parece flutuar sobre a plataforma térrea, onde encontram-se as áreas de lazer e social. “Trata-se de uma construção viabilizada pela estrutura metálica, que gera amplos vãos, balanços generosos e maior rapidez de execução”, conta Sampaio.
Uma grande plataforma retangular, instaurada na cota média do sítio, promove o convívio simultâneo dos ambientes sociais e de lazer, os quais contemplam: estar, jantar, cozinha, churrasqueira, home theater e varanda. Integrados entre si através de painéis de madeiras corrediços, esses espaços da Casa PV também estabelecem um diálogo permanente tanto em relação à piscina quanto ao entorno. “Para valorizar o acesso principal da casa, que acontece no mesmo nível dessas áreas, inserimos um espelho d’água sobre a cobertura da garagem”, acrescenta.
A praça de convivência mantém alguns ambientes a céu aberto, mas protege outros com o prolongamento da laje-jardim – que conforma a sala-varanda – e do extenso volume prismático que paira sobre o chão.
No pavimento inferior, encontra-se a parte técnica, como área de serviço, depósito e quarto dos funcionários, além da sauna e da garagem.
Segundo Sampaio, todo o sistema hidráulico da Casa PV é otimizado através do reúso de águas pluviais e do reaproveitamento de águas ‘cinzas’ tanto em vasos sanitários quanto na irrigação dos jardins. Isso acontece através do espelho d’água – alojado acima da garagem –, que serve como um reservatório. “Ele está conectado ao sistema de captação de água da chuva”, explica.
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