O projeto arquitetônico desta morada teve como inspiração a paisagem em que foi inserida, o cerrado da Serra do Cipó (MG). Permeada no jardim, sua estrutura parece uma pintura em meio à vegetação nativa. “Nossa intenção era fazer uma residência que se integrasse à natureza”, conta o arquiteto Carlos Maia, do escritório TETRO.
Batizada, assim, de Casa na Serra do Cipó, a propriedade foi construída num terreno de 3.000 m² no Residencial Fazenda do Engenho – condomínio de luxo localizado em Santa do Riacho, a 100 km de Belo Horizonte.
O modo como o volume da residência foi inserido no solo – de forma horizontal, solta e direcionada para a vista – permitiu contato com o belo cenário natural, que pode ser apreciado pelos moradores por todos os cantos, tanto internos como externos. A implantação e o programa foram organizados em 406 m² de área construída e dispostos em dois níveis.
O acesso principal para a Casa na Serra do Cipó é feito por um extenso vazio, localizado no nível intermediário. Nesse espaço, a rampa marca a entrada para o interior da residência, e uma escada de pedra – que se estende de maneira sutil entre o jardim – leva diretamente para a área de lazer.
No andar superior foram inseridos os espaços privativos: os três dormitórios e a sala integrada à varanda. “Estes são os ambientes que têm a melhor vista para as montanhas. Além disso, também estão neste setor a cozinha e uma biblioteca que abriga o acervo do morador”, revela o arquiteto.
Já no nível inferior estão as áreas destinadas ao lazer e sociais. Há um atelier, um espaço gourmet com um charmoso canto de estar, a sauna, os vestiários, os setores de serviços e uma bela piscina em formato orgânico.
O projeto de interiores foi idealizado para não intervir na arquitetura, portanto foram utilizados elementos simples, soltos e funcionais para compor a decoração.
Feita de concreto e madeira, a estrutura da casa é o elemento de maior destaque. Os materiais escolhidos foram dispostos de forma clara na volumetria e dispostos em quatro camadas.
A pedra marca a primeira camada e está presente nos fechamentos, muros e pisos da área de lazer, pois transmite uma continuação natural do material em estado bruto que rodeia a região. A segunda é o concreto aparente, que forma a laje entre os dois níveis, e foi usada nos pilares e na rampa de acesso principal à casa. A terceira é em alvenaria branca, usada nos fechamentos do nível superior – essa parte se contrasta com as demais devido a seus tons escuros. Por fim, a quarta é de madeira e foi aplicada nas esquadrias e na estrutura da cobertura.
Essa cobertura da quarta camada é caracterizada por uma grelha de madeira laminada colada, no formato de um telhado borboleta, que fica evidente ao longo de todo o nível superior. A inclinação do telhado foi essencial para a instalação das placas fotovoltaicas de geração de energia sustentável.
“Queríamos criar algumas soluções novas, mas não podíamos aumentar o custo da obra em relação a uma arquitetura convencional. Tivemos que priorizar os investimentos em alguns itens de maior importância”, finaliza Maia.
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