Com 15 mil m², o lote onde está inserida a Casa Michelle tem 70% de sua área sob proteção ambiental. Esse fato, evidentemente, norteou o projeto arquitetônico do escritório YVA Arquitetura, que procurou preservar o entorno e inserir a morada da forma mais natural possível no terreno – situado em Araucária (PR). “Implantamos a residência no lado oeste por ser o menos invasivo e por contar com uma clareira natural”, comenta o arquiteto Yuri Vasconcelos.
Implantamos a residência no lado oeste por ser o menos invasivo e por contar com uma clareira natural Yuri VasconcelosUm corredor externo funciona como a varanda da casa e está integrado à cozinha, às salas de estar e jantar e ao escritório. Esse espaço também integra os ambientes ao bosque. Panos de vidro de 12 m fecham os espaços e, quando abertos, permitem a circulação de ar no interior.
De acordo com o arquiteto, a setorização foi o que definiu o volume da Casa Michelle. No lado leste estão a garagem e a área de serviços. O centro recebeu a cozinha e as salas de jantar e de estar, separadas apenas por uma bancada e uma lareira.
Já no setor oeste ficam o escritório, os banheiros e a suíte principal. “Propus criarmos um espaço único para o banheiro e o dormitório, mas com os dois separados por uma parede que não alcança o teto. Ela funciona como cabeceira para a cama de um lado e anteparo para a banheira no outro”, completa.
O vaso sanitário e as duchas são acessados separadamente, mas ambos se conectam visualmente através de uma chapa de vidro temperado que há entre eles.
O vazio no interior das paredes perimetrais – 60 cm de isolamento – serviu como shafts para ocultar as instalações de drenagem e embutir alguns pontos da estrutura de concreto. “A preocupação com economia de energia foi uma das particularidades desse projeto. Criamos um conforto térmico para que raramente os aparelhos de ar-condicionado sejam acionados pelos moradores”, comenta Vasconcelos.
Na parte norte do lote foram erguidos pilares em tijolo aparente. Conforme se aproximam do centro da residência, onde estão os planos envidraçados, os vãos se tornam maiores, e a luz, o vento e a visão para o bosque invadem o seu interior.
O arquiteto explica que a intenção desta “colunata” era criar um microclima sombreado entre o exterior e o interior; assim, os painéis de vidro do lado norte não recebem diretamente os raios solares, e as colunas agem como brises para a proteção, garantindo mais conforto térmico aos moradores.
As fontes de luz foram ocultadas para gerar um forro limpo, com poucas luminárias embutidas próximas aos pilares, na intenção de rebater e difundir a claridade nos ambientes. “Duas sancas percorrem as paredes internas, com iluminação indireta sobre as cortinas e o tijolo aparente”, frisa Vasconcelos.
Além disso, uma estante retroiluminada para livros, CDs e objetos de decoração se estende pela parede sul da sala de estar do piso ao teto.
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