Construída em um terreno na baía de Cacupé, Florianópolis, a Casa LB, de autoria dos arquitetos Marcos Jobim e Silvana Carlevaro, do escritório Jobim Carlevaro Arquitetos, tem uma implantação que viabiliza as melhores vistas para o mar. O partido também possui influência direta da arquitetura moderna dos anos 1950 e 1960. “Sempre estudamos as obras ícones do período moderno”, comenta Marcos sobre o estilo de trabalho adotado para compor a residência.
O arquiteto pontua a forte inclinação da rua em que a casa foi implantada como a dificuldade para a projeção do layout. O aclive determinou as soluções de acesso e da garagem, oculta da fachada principal. Diante disso, o projeto foi dividido em dois volumes: um inferior, que apoia visualmente os planos de piso, e a cobertura do pavimento superior, que se projeta em balanço na fachada frontal.
“A organização da garagem, ocultada desde a rua e com acesso lateral, cria uma frente com menos elementos, diferenciando claramente o critério de implantação no terreno, com o corpo do pavimento térreo em balanço na parte mais baixa do mesmo”, explica Marcos.
As fachadas opacas foram construídas em alvenaria com pintura branca. As esquadrias têm caixilho de alumínio na cor RAL 7024 cinza-escuro, vidro incolor de 8 mm e brises com painéis de correr de madeira Itaúba no nível térreo. Já os forros de madeira nos terraços permitem a clara separação dos pavimentos internos e externos.
O terreno com 18 x 34 m possui linhas gerais que dão um controle do tamanho da estrutura, garantindo pouca visão das lajes e da cobertura. Horizontais, as linhas assumem a clara função de imprimir um maior impacto visual.
O arquiteto explica também que as soluções construtivas com laje nervurada e pilares de concreto aparente permitiram os vãos ideais para a organização dos ambientes e a separação da estrutura do plano de vidro das fachadas. “Com isso criou-se uma autonomia entre os sistemas de suporte e fechamento”.
O programa e layout da residência partem de uma relação profunda entre interior e exterior, com a maior integração possível com a natureza. Por isso, o platô de acesso foi concebido como um plano independente, gerando o primeiro ponto de observação para o mar por meio de um simples caminho entre a rua fortemente inclinada e a casa.
A piscina com borda infinita está localizada na esquina do pavimento superior. A surpresa fica por conta da integração com as áreas de living e espaço gourmet, que passam a ser uma extensão da piscina. O posicionamento também favorece o melhor aproveitamento da bela vista do pôr do sol que a baía do Cacupé propicia.
O programa invertido, com o posicionamento do living e da piscina no pavimento superior, junto dos dormitórios, enquanto a sala íntima fica no pavimento inferior, é, segundo o arquiteto, o grande diferencial do projeto. “Este layout dá um nítido destaque na fachada principal”, reforça Marcos.
O pavimento superior possui uma área integrada ao espaço gourmet, à adega, ao jantar e ao living com muita transparência para o exterior. Os dormitórios e o elevador são acessados por um corredor com painéis de MDF que uniformizam o ambiente, vinculado à área externa por uma sacada que recebe o sol da tarde.
A residência possui automação para som ambiente, motorização das persianas internas e iluminação. O projeto luminotécnico foi posicionado próximo aos planos dos caixilhos, deixando o living com pontos apenas para abajur. As varandas não possuem luz no teto para não interferir na iluminação dos ambientes internos e na visualização da fachada.
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