Em meio aos grandes edifícios de uma pequena rua da cidade de São Paulo está a Casa Jardins. Seu projeto arquitetônico, de autoria do escritório CR2 Arquitetura, possui fortes referências modernas, pelo uso do concreto, planta livre e elementos vazados, com um toque contemporâneo da atualidade.
As arquitetas Cecilia Reichstul e Clara Reynaldo, sócias no escritório, transformaram o antigo terreno de 380 m², que antes abrigava uma cozinha industrial, em uma bela residência que visa a aproveitar ao máximo a insolação.
As sócias contam que os moradores da Casa Jardins desejavam um ambiente em que se sentissem protegidos das vistas dos prédios em volta. A partir disso, elas decidiram criar um oásis urbano, com muito verde no meio de todo o movimento da vizinhança.
“Juntando a proposta de um oásis com a privacidade almejada, surgiu a ideia de se criar uma grande caixa de concreto no primeiro pavimento, que protegesse das vistas laterais e criasse recortes permitindo áreas sombreadas no térreo e vazios, nos quais seria feito o jardim”, explicam.
Essa grande caixa de concreto tornou-se o conceito da Casa Jardins. Nela foram feitos rasgos, criando vazios que iluminam, sem prejudicar a privacidade, e uma conexão visual entre o térreo e o primeiro pavimento.
O térreo é formado por dois blocos sólidos, com o hall de entrada e o lavabo na parte da frente. No fundo, situam-se a cozinha e a parte de serviço. Entre esses dois ambientes está a sala, com pé-direito duplo, e a circulação vertical da casa, tudo fechado por caixilhos de alumínio.
Os recortes do andar de cima da Casa Jardins criaram áreas de transição no térreo e a área embaixo das jardineiras. “O tratamento deste espaço, usando o mesmo revestimento de dentro da casa, fez com que a área privativa se ampliasse e evitamos tratar cada espaço como interno e externo”, comentam Reichstul e Reynaldo.
No andar superior está a área íntima, com duas suítes na parte da frente do lote e a suíte principal ao fundo, após uma sala de televisão/escritório aberta para uma varanda com pergolado, resultado de um desses recortes na caixa de concreto. A floreira que contorna a casa no andar de cima serve de transição entre o interior e o exterior no andar inferior.
Apesar do concreto aparente e da presença de forro em grande parte do projeto, optou-se por usar pontos iluminação, insolação ventilação e na laje, mas de forma comedida. Segundo as arquitetas, esse foi um item delicado e que precisou ser bem executado na parte civil, pois não eram permitidas mudanças. Na parte embaixo das jardineiras, por exemplo, os pontos embutidos foram feitos durante a execução da ‘caixa’.
A Casa Jardins é bem sombreada e protegida da incidência de luz direta. "Devido às grandes aberturas, ao abrir todas as portas, tem-se uma boa ventilação cruzada”, concluem as arquitetas.
Escritório
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