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Casa Geminada

Casa Geminada
Projeto de casas geminadas tem planta flexível para atender a diferentes estilos de morar. O trabalho foi assinado pelas arquitetas Cecilia Reichstul e Clara Reynaldo. Imagens: Alessandro Guimarães
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Oásis particular

Texto: Nuri Farias

Quando a arquiteta Cecilia Reichstul decidiu deixar seu antigo apartamento e mudar-se para uma casa, se deparou com um lote de 207 m² no Alto de Pinheiros, em São Paulo.

Ao lado de sua amiga e sócia no escritório CR2 Arquitetura, a arquiteta Clara Reynaldo, Reichstul desenvolveu pessoalmente o projeto de reforma de sua morada – batizada de Casa Geminada – e da residência ao lado, que foi replicada para baratear a obra. “Adotei nos dois projetos o que eu queria para a minha casa, procurando ser um pouco flexível na planta e no layout”, conta.

Adotei nos dois projetos o que eu queria para a minha casa, procurando ser um pouco flexível na planta e no layout Cecilia Reichstul

Um terreno, duas casas

As duas casas foram divididas em três pavimentos. O acesso da garagem, no nível da rua, até a sala de estar é feito por uma passarela suspensa. Já o acesso entre os andares é feito por escadas de concreto sobrepostas.

As plantas de ambas as residências são flexíveis para atender a diferentes estilos de morar – a começar pelas paredes de drywallque separam os dormitórios, podendo ser colocadas ou retiradas quando necessário, ampliando ou reduzindo os espaços.

Programa

No andar superior da Casa Geminada estão a suíte do casal e dois dormitórios que dividem um banheiro. Esses quartos são voltados para as fachadas frontais e traseiras e contam com venezianas tipo camarão que permitem a passagem de iluminação sem comprometer a privacidade dos moradores. Claraboias foram instaladas em alguns ambientes também com o intuito de melhorar a ventilação cruzada e a entrada de luz.

Já o piso inferior é todo dedicado à sala de estar. Abaixo dele, por fim, fica a área mais utilizada pelos moradores, que conta com cozinha e sala de jantar integradas de um lado, e churrasqueira e varanda de outro, além de lavanderia e lavabo. Esses espaços são separados por um jardim, que pode ser acessado com a abertura de painéis de vidro.

O jardim leva até a churrasqueira nos fundos do terrenoFoto: Alessandro Guimarães

Sistema construtivo

Foram usadas vigas de concreto aparente – com exceção da cobertura do primeiro andar, que recebeu vigas metálicas com telha sanduiche –, piso em cimento, laje zero, vigas aparentes e alvenaria branca.

Parece um pequeno oásis no meio da cidade. Quando você entra na sala consegue ver o jardim que está no andar de baixo e os dormitórios Clara Reynaldo

“Usamos alvenaria grossa para criar um isolamento acústico entre as casas, pois, como uma escada está ao lado da outra, poderia ocorrer trepidação quando elas fossem usadas”, explica a arquiteta Clara Reynaldo.

Um painel de ladrilho hidráulico assinado pela artista plástica Laura Gorski vai de ponta a ponta do terreno, passando pela lavanderia, pátio interno, cozinha, sala de jantar, jardim e pela churrasqueira.

Iluminação e ventilação

Como as casas são geminadas nas laterais, era fundamental abrir as fachadas da frente e de trás para entrada de luz e ventilação. Veio daí a ideia dos caixilhos, que promovem aberturas e criam uma relação entre interior e exterior. Além disso, vidros foram usados como beirais para criar aberturas nas faces menores.

Nos fundos, foi usada uma peça metálica vazada para criar integração entre uma casa e outra, ventilação e amplitude no terreno. “Parece um pequeno oásis no meio da cidade. Quando você entra na sala consegue ver o jardim que está no andar de baixo e os dormitórios”, conclui Clara Reynaldo.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2014
  • Conclusão da obra: 2015
  • Área do terreno: 207 m²
  • Área construída: 140 m²

Ficha Técnica

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