O movimento rítmico da fachada – semelhante a um jogo de dominó – é um dos grandes destaques deste projeto arquitetônico, assinado pelo arquiteto Lucas Raffo, do escritório Raffo Arquitetura.
Batizada de Casa Dominnnó, a morada é caracterizada por planos abertos, luzes e sombras, ritmos e proporções diferentes, que geram movimentos dinâmicos em seus mais diversos ambientes.
Inserida em um terreno com 2.500 m² totalmente nivelado, a morada foi implantada em apenas um plano: o térreo. Um encaixe entre retângulos que se sobrepõem define a separação entre as áreas íntima e social.
O ponto de conexão entre essas áreas é a cozinha e, nessa parcela, a casa se estende em um pé-direito duplo que conecta gradativamente os ambientes íntimos e privativos aos ambientes sociais e de lazer.
A área que engloba os dormitórios, home office, sala de estar e cozinha está discretamente escondida, quando vista da rua. Como alternativa de fechamentos, os jardins internos conferem privacidade e, ao mesmo tempo, trazem o verde para dentro dos ambientes.
Já nos ambientes sociais (espaço gourmet e academia), o contato é maior com os jardins externos, onde o desenho das esquadrias, o ângulo do forro e as peças do elemento “dominó” se abrem para receber ventilação e iluminação natural, mantendo o controle da incidência solar entre as estações de verão e inverno.
Desta forma, as estratégias se complementam buscando o equilíbrio entre as necessidades de conforto dos ambientes e a privacidade.
O movimento da fachada, executada em concreto com acabamento de pintura branca, imprime o próprio gradiente de intimidade que o programa da casa propõe.
Sob uma cobertura metálica suspensa, que marca o acesso em um gesto de convite, o desenho parte do bloco de concreto, alinhado ao eixo íntimo da moradia, e na medida que avança, se abre em conjunção com os ambientes sociais. Deste modo, a fachada ganha forma a partir de uma resposta à necessidade dos ambientes.
A combinação entre alvenaria com pintura branca, concreto moldado in loco, madeira (cumaru) e esquadrias de alumínio e vidro, além de colaborar para o controle térmico da edificação, também faz parte de uma estratégia para minimizar a aplicação de revestimentos, gerando economia no consumo de materiais.
Seguindo essa linha, a casa dispõe de sistema de captação da água da chuva em toda a cobertura e a usa para irrigação dos jardins internos e externos. A energia solar também é aproveitada com painéis instalados em diferentes pontos da cobertura, colaborando para o fornecimento de energia e sistema de aquecimento de águas.
Veja outras casas térreas na Galeria da Arquitetura:
Casa Térrea, por Ana Paula e Sanderson Arquitetura
Residência Grama, por Vasco Lopes Arquitetura
Casa LLF, por Obra Arquitetos
Escritório
Termos mais buscados