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Casa do Parque

Casa do Parque
Conheça o projeto Casa do Parque, uma residência de quatro andares situada em um terreno de 750 metros quadrados na capital baiana. Imagens: Manuel Sá
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Verticalidade e conexão

Texto: Naíza Ximenes

Na mudança do Rio de Janeiro para Salvador (BA), uma família formada por um casal e três filhos viu a oportunidade de construir uma casa que refletisse verdadeiramente sua identidade. Assim nasceu a Casa do Parque, projetada pelo escritório Sidney Quintela Architecture + Urban Planning.

O terreno de 750 metros quadrados já tinha uma construção — que, com exceção das fundações no perímetro, não pôde ser aproveitada em nada. Assim, a equipe de arquitetos criou um projeto dividido em quatro pavimentos que ficou marcado pela biofilia, amplitude e acessibilidade através de um elevador em toda extensão vertical da casa.

No térreo, ficam o lobby e as garagens. No primeiro pavimento, os serviços e a academia. Já no segundo pavimento, o lazer e as áreas sociais se tornam os protagonistas da arquitetura. No terceiro e último andar, por fim, ficam as áreas íntimas e suítes da Casa do Parque.

Lazer: a prioridade

Ao montar o programa e o briefing para o projeto, o pedido da família foi por uma casa ampla, confortável e extremamente integrada. A aposta foi em uma morada de estilo contemporâneo, com grandes vãos, aproveitamento máximo da iluminação e ventilação naturais e o uso de materiais naturais, a exemplo da pedra e da madeira.

A escolha dos materiais e a paleta de cores sóbria e neutra pode ser vista logo na entrada da casa, já que tanto o portão das garagens, quanto a porta de entrada são da mesma madeira. O concreto forma o pórtico no entorno das entradas.

A grande porta pivotante à esquerda leva ao lobby e ao elevador nas garagens, e, do outro lado, a escada, que representa um dos destaques do projeto, conduz o morador aos outros pavimentos. Ela simboliza uma das primeiras soluções do processo de criação, já que foi pensada para amenizar o aclive significativo do terreno. Os degraus, desconexos e de concreto, são contornados por uma vegetação densa — daí o nome Casa do Parque.

No meio da subida, há uma poltrona para quem quiser desfrutar de um espaço privado e conectado à natureza. Ao alcançar o fim da escada, o morador se depara com uma passarela de madeira e meias paredes de pedra moledo, que o levam até a academia da casa. Nesse ponto, a fachada de concreto e os brises de madeira completam a vista.

A passarela de madeira permanece a mesma no segundo andar, com a diferença que, neste pavimento, ela passa a ser refletida no forro do teto. De um lado, o acesso às áreas sociais. Do outro, a piscina com solário e fachada circular completam o ambiente.

O primeiro cômodo logo após a saída do elevador é a sala de estar. Nela, o uso dos três materiais principais fica evidente. A parede onde a televisão está pendurada é de pedra moledo; parte do mobiliário é de madeira; e a parede no formato de meia-lua é de concreto.

Como o foco é a integração, a sala de estar e a sala de jantar estão diretamente conectadas, sem barreira visual alguma. Neste espaço, foram aplicadas cores mais vibrantes no mobiliário.

A sala de estar é conectada a um outro espaço de convivência, marcado por quatro Poltronas Mole, desenhadas por Sergio Rodrigues, dispostas ao redor de uma mesa central redonda. O piso branco e as paredes de concreto dão uma claridade extra ao espaço. Atrás das poltronas, outra obra do designer brasileiro: o aparador Bianca.

Foto da área de convivência da casa do Parque, com quatro Poltronas Mole do designer Sergio Rodrigues ao redor de uma mesa de centro redondaQuatro unidades da Poltrona Mole, desenhada por Sergio Rodrigues


Do outro lado do mobiliário, mais um aspecto relevante do projeto: outra mesa de jantar, de laca branca e com 12 lugares, no centro de um ambiente marcado por um pé-direito duplo. Em uma das laterais, na porção superior, a parede foi pintada de um tom de cinza que se estende até o teto. Sobre a pintura, um grande grafite pintado por Gen Duarte colore o ambiente. Ainda nesse ambiente, grandes janelas de vidro permitem a entrada de bastante luz natural.

À esquerda da grande mesa de jantar, estão duas outras amenidades: a cozinha gourmet, que ganhou forno a lenha e um grande balcão, e o home theater, na extremidade oposta. A cozinha tem o mesmo revestimento de pedra moledo que as paredes que formam o perímetro da casa.

Na outra sala de estar — dessa vez, com sofás brancos —, há uma passagem conectada à área externa e que se estende sobre a piscina, a qual leva a um pequeno bangalô, com duas almofadas e um espaço para pendurar uma rede vermelha. A piscina contorna essa estrutura, e, do outro lado, ganha um formato de meia-lua.

Quatro poltronas brancas formam o solário, com decorações e pequenas mesas nas cores de uma paleta mais avermelhada. Esse espaço também é marcado pela vista da fachada circular do terceiro e último andar, onde ficam os quartos. Eles têm uma visão privilegiada do lazer abaixo, e, em um intervalo entre janelas, um brise de madeira completa o design.

“A utilização de brise na fachada foi uma solução arquitetônica para controlar a incidência solar na edificação, permitindo um clima agradável no interior da residência. A solução permite o aproveitamento máximo da iluminação e ventilação naturais”, concluem os arquitetos.

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Escritório

  • Local: BA, Brasil
  • Início do projeto: 2013
  • Conclusão da obra: 2015
  • Área construída: 750 m²

Ficha Técnica

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