O destaque do projeto arquitetônico da Casa Delta, de autoria de Thiago Bernardes e equipe do escritório Bernardes Arquitetura, é a cobertura da residência. Inspirada em uma asa-delta – daí o nome do projeto –, ela é consolidada por uma estrutura metálica fina e angular que, além de sustentar as esquadrias de vidro, transforma o terraço em mirante por emoldurar a bela vista do mar.
A disposição dos andares e ambientes da residência, localizada no Guarujá (SP), foi definida de modo a encaixá-la no terreno com acentuado declive. De acordo com Bernardes, a casa aproveita totalmente o entorno e distribui-se em níveis que se adaptam ao terreno. “A intervenção realizada partiu da observação da topografia e da floresta, de modo que a casa ficasse integrada à paisagem natural. Os níveis se harmonizam com um percurso interno que tem como ponto de partida a praça de acesso e como destino o terraço”, explica.
Os limites entre ‘dentro’ e ‘fora’ da Casa Delta são fluidificados para garantir a neutralidade dos espaços. Esse conceito pode ser identificado no terraço, onde os vidros permitem a integração total com o exterior, e também no térreo, com o paisagismo que adentra o hall de entrada.
De acordo com Bernardes, o projeto arquitetônico permite uma ampliação do viver interno e externo ao mesmo tempo. “Utilizamos tanto estratégias que protegem o abrigo construído, quanto as que tornam possível que os moradores usufruam a vivência integrada à natureza”.
Projetada para um casal com três filhos, a casa de veraneio possui quatro suítes no primeiro pavimento – uma para cada filho e outra para os hóspedes. Este andar, bem visualizado pelo seu fechamento total em pele de madeira, contrasta volumetricamente com a cobertura na transversal. “A setorização é clara. Esse bloco longitudinal acoplado à topografia diferencia-se de maneira suave e elegante da leve cobertura inclinada, repousada em pilares esbeltos de seção tubular”, detalha o arquiteto.
Já a suíte máster ocupa seu espaço junto às áreas de convívio e ao terraço – apontado por Bernardes como o regente da distribuição dos espaços no projeto. “Essa organização espacial flexibiliza o uso da residência, já que o terraço foi pensado como um pavilhão autônomo preparado para receber o casal, de modo que é possível manter fechado todo o primeiro pavimento no caso de uma viagem a dois”.
A madeira é protagonista na Casa Delta. Além de ser o forro da cobertura inclinada, que forma um grande beiral, ela compõe os brises da fachada do primeiro pavimento que ajudam a filtrar a luz natural e a garantir privacidade. “A fachada possibilita duas leituras desse volume, ora atribuindo características herméticas ao bloco, ora apresentando os recortes das janelas pivotantes em movimento”, explica Bernardes.
O vidro também é de extrema importância. Seus planos fecham os espaços do terraço e integram a morada à vista e à vegetação do entorno.
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