Texto: Naíza Ximenes
Marcada pela integração e pela sofisticação, a Casa da Mata é um projeto do escritório Sidney Quintela Architecture e Urban Planning na Praia do Forte, Litoral Norte da Bahia. Com 363 metros quadrados distribuídos em dois pavimentos e um subsolo, a obra, de design contemporâneo rústico, foi concebida para uma família que buscava um local de reconexão com a natureza.
Apesar de os proprietários terem contatado a equipe de arquitetos já com algumas inspirações, o projeto tem como característica a tradução da personalidade dos familiares através da arquitetura. O pedido era por uma casa ampla, em estilo rústico e tropical, que aproveitasse ao máximo a iluminação e a ventilação natural, com todos os ambientes sociais conectados à área externa.
A solução encontrada pelos arquitetos foi dividir a casa em três grandes blocos, interligados por decks e pergolados, que permitem total integração dos espaços através das esquadrias. Essa disposição no terreno ainda favorece a ventilação cruzada e a entrada de luz natural em abundância, além de incorporar um grande jardim interno e uma área de lazer generosa.
Já que o intuito era aliar uma arquitetura rústica e tropical à integração com o entorno, a casa tem a madeira como material principal. Foi pensando nisso que a estrutura foi inteiramente construída em eucalipto aparente, um dos grandes destaques do projeto, aliada a revestimentos naturais, como pedras, que refletem a natureza local.
No mobiliário, a aposta foi em tons terrosos e azuis, que complementam o verde da vegetação ao redor da casa. Além disso, os móveis foram combinados com uma série de itens de decoração de família — em especial, os objetos trazidos de viagens e elementos que já pertenciam ao acervo, como as poltronas e a mesa de centro do lounge externo que ganharam novos acabamentos.
A distribuição da casa também foi pensada para priorizar o lazer, já que o pavimento térreo abriga salas de estar, jantar, área gourmet integrada à cozinha e uma suíte de hóspedes, destinada aos pais idosos dos moradores. No subsolo, por sua vez, encontram-se a lavanderia e a dependência para empregados. No pavimento superior ficam as três grandes suítes e a suíte master, isolada para maior privacidade.
Não é só a estrutura que é feita de madeira. Os forros no teto, as escadas, as esquadrias e grande parte dos móveis também são. A proposta era criar um conceito aconchegante e confortável, enquanto o jardim interno traz o verde para dentro dos espaços. Já as grandes esquadrias permitem a integração dos espaços internos com o exterior, proporcionando uma sensação de continuidade entre ambientes.
Vale mencionar, ainda, que a priorização da ventilação cruzada e da iluminação natural também contribui para uma redução significativa no consumo de energia da casa. Foi pensando nisso que o projeto ganhou placas fotovoltaicas na cobertura que conferem autossuficiência energética à residência.
Em relação ao projeto luminotécnico, a equipe de arquitetos afirma que a disposição das luminárias foi pensada para criar cenas que dialogam com o uso dos espaços — utilizando efeitos de luz em vários ambientes para torná-los mais acolhedores.
A piscina ganhou forma orgânica especialmente desenhada para o projeto, abraçando uma árvore preexistente no terreno e criando um efeito de casa suspensa ao passar sob a laje inferior do living.
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