Provida de espaços amplos, modernos e integrados com a paisagem local! Assim é a Casa Bentes – que está localizada em um condomínio fechado em Brasília (DF). Assinado pelo escritório CoDA arquitetos, o projeto arquitetônico é morada para uma família paraense.
O escritório buscou adaptar a residência ao clima e, ao mesmo tempo, tirar proveito da belíssima vista de um vale ao norte. “O partido adotado para essa residência tira proveito das normas de construção local, visando um melhor aproveitamento das áreas e a integração da casa na paisagem da rua”, conta a equipe do escritório.
No condomínio, o recuo frontal de 5 m não pode ser murado. Durante a visita ao local, os arquitetos notaram que é uma rua agradável e segura e as fachadas das casas são visíveis e integradas socialmente. Para evitar o padrão comum, buscaram maior aproximação dos carros com o núcleo de serviços da casa, optando por trazer a garagem para a porção central do lote, por meio de um acesso no recuo lateral direito.
A passagem lateral disciplinou a distribuição das funções da casa em um volume linear no pavimento térreo, que acompanha quase toda a extensão de 40 m do terreno. Ali se distribuem, a partir da entrada, o escritório e dormitório de hóspedes, o banheiro adaptado para deficientes, a cozinha – posicionada de modo a ser o núcleo funcional da casa – integrada à churrasqueira e área de serviço, a garagem e uma pequena edícula independente, com o banheiro de lazer, um pequeno depósito e a dependência.
Contrapondo-se a essa linha, o volume superior é disposto perpendicularmente, formando uma planta em forma de “T”. Nessa porção da casa, orientada de sudoeste (frontal) a nordeste (fundos), foram dispostas as áreas sociais internas da residência – sala de jantar, estar e o home theater – no pavimento térreo, e a suíte do casal, no pavimento superior. Ainda no pavimento superior, o dormitório principal.
Para gerar uma distinção volumétrica entre as duas porções da casa e aumentar a integração visual, a faixa central da casa possui pé-direito duplo desde o acesso frontal principal até a área de lazer dos fundos. O vazio gerado é ao mesmo tempo ordenador, pois organiza o fluxo de circulação interna, e orientador, por ser acessível visualmente a partir de todos os cômodos da casa.
A premissa de fluidez espacial veio atrelada à continuidade entre interior e o exterior da residência. Para isso, os espaços externos subdivididos em três porções, com diferentes escalas. Na parte frontal, próxima ao acesso principal, um pátio interno faz, as vezes, de uma segunda sala de estar externa, porém com uma maior intimidade por estar definida pelos limites da própria casa e a parede verde, composta por vasos de inspiração marajoara e diferentes espécies vegetais.
Nos fundos, a área de lazer, mais ampla e coletiva, é integrada visualmente com o terraço superior – área sobre o volume linear principal, de acesso coletivo dos quartos, onde se encontra a melhor visual para o belo vale que cerca o condomínio. Para reforçar essa visão, a porção posterior da casa se inclina ligeiramente, buscando um alinhamento com a visual e uma consequente relação topológica com o entorno.
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