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Casa 212

Casa 212
Minimalista, sofisticada e, ainda assim, com uma forte conexão com a natureza — é assim que o escritório de arquitetura NEBR descreve seu projeto, a Casa 212, em Gravatá, cidade do estado de Pernambuco. Imagens: Maíra Acayaba
Casa 212
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Casa 212
Casa 212
Casa 212
Casa 212
Casa 212

Brutalismo modernista

Texto: Naíza Ximenes

“Do solo rochoso do agreste,
Da paisagem pernambucana campestre,
Dura, firme e plana,
Por uma boa arquitetura no Nordeste”

Minimalista, sofisticada e com uma forte conexão com a natureza. É assim que o escritório de arquitetura NEBR descreve seu projeto, a Casa 212, em Gravatá, cidade do estado de Pernambuco. A morada foi construída em um único nível, de forma que todos os cômodos tivessem uma vista estonteante para a paisagem no entorno.

Os arquitetos reuniram em um poema as principais nuances do projeto de 400 metros quadrados, que tinha como ponto de partida a horizontalidade. No entanto, a equipe se deparou com um terreno de declividade significativa, o que fez com que eles construíssem uma fundação completamente adaptada para o formato retilíneo solicitado. 

Outra premissa do projeto era a valorização da natureza ao redor, que fez com que os arquitetos optassem por não realizar um projeto paisagístico. Eles contam que utilizaram apenas plantas e árvores de pequeno porte na decoração, já que o foco era dar destaque ao formato abstrato da estrutura e às pedras utilizadas na decoração. 

Arquitetura brutalista

“A casa de campo brota nas pedras,
Em terras verdes onduladas,
Se espraia pelo sítio,
Uma construção branca e modulada.”

E, como o próprio poema já diz, a base de toda a estrutura é a construção modulada — um tipo de construção que utiliza módulos pré-fabricados como base para a criação de estruturas maiores. A estratégia otimiza todo o processo de implantação do imóvel e facilita a criação, fabricação, montagem e elevação no terreno.

Além disso, foi esse tipo de edificação que permitiu a criação de um projeto com aspecto tão modernista e sofisticado, caracterizados pela busca de novas técnicas construtivas, funcionalidade, simplicidade, uso da cor branca, e, sobretudo, a simplicidade das formas.

O modernismo e a sofisticação das formas são equilibrados com a arquitetura brutalista presente no uso generoso de pedras, como salienta o poema. Uma das paredes da área de lazer e outra que contorna uma das partes da fachada externa são de uma pedra que se assemelha à ardósia, mas em um tom mais próximo ao grafite. São grandes painéis que atuam tanto como elemento decorativo, quanto como elemento estrutural.

casa 212 nebr

O projeto ganhou marquises, arremates e uma série de estruturas que dão o aspecto modernista da morada 

Interior e exterior se confundem

“Na poesia do aflorar retilíneo,
Tudo se eleva e leva à natureza.
Arestas, volumes e balanços,
Apontam e despontam certos avanços.

Marquise, arremates e contornos,
Percorrem vãos em rumo finito.
Tijolo, ferro e concreto,
Em equilíbrio neste monolito.”

Seguindo o conceito pré-definido, a casa ganhou elementos em uma paleta de cores bem sóbria. O revestimento aplicados no piso e nas paredes são de cor clara, equilibrados pela caixilharia no preto. As exceções são intencionais, dando um toque diferenciado ao projeto — como as paredes de pedra na cor grafite, uma parede de tijolos de vidro e as portas de madeira.

O formato de toda a estrutura também foge do comum, já que utiliza marquises e arremates, brancos e em madeira, para confundir os limites entre interior e exterior da casa. Os vãos são finitos, como no verso, porque acabam na separação entre cômodos, já que a área da piscina é conectada à sala de jantar, mas a transição para a sala de estar é visível através dos trilhos da porta de vidro de correr. Os dois ambientes também são conectados por uma varanda externa, que ganhou teto de madeira. Na sala de jantar, uma das portas leva à cozinha.

Intimidade preservada

“Entre encontros e desencontros,
A casa ganha forma.
Entre cortes e recortes,
A paisagem se conforma.

A linha reta que emoldura, enquadra visadas, esculpe cenas.
Transborda espaços,
E desborda em tantos quartos.”

A partir da sala de estar, um corredor emoldurado por uma grande janela e teto de espelho leva o morador à área privativa, onde ficam os quartos. Todos eles têm janelas de vidro do chão ao teto com abertura para a região posterior do terreno. A arquitetura permanece simples, moderna e aconchegante — em especial, pela iluminação, que foi projetada em tons quentes e de forma indireta.

“No manifesto ativo dos planos,
Tudo a reta conduz.
Forte, bruta e leve,
Tudo é sombra, tudo é luz.”

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Escritório

  • Local: PE, Brasil
  • Início do projeto: 2020
  • Conclusão da obra: 2022
  • Área construída: 400 m²

Ficha Técnica

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