O projeto arquitetônico da Bicletaria Faria Lima, comandado pelo escritório Olegário de Sá e Gil Cioni Arquitetura e Interiores, foi pensado com cuidado e carinho para os aficionados por ciclismo. Como indica o nome, a loja está localizada em uma das principais avenidas de São Paulo e conta com 400 m² de área construída.
“A ideia era transformar a construção existente em uma loja completa de bicicletas, com um ambiente bem aconchegante para que os clientes pudessem escolher as melhores bikes e ainda frequentar uma oficina de manutenção no mesmo endereço”, conta o arquiteto Olegário de Sá.
O estabelecimento antes era uma antiga casa noturna, com espaços escuros e confinados. Na reforma, para resolver essa questão, os arquitetos incluíram um terraço, reduziram a área do mezanino e fizeram uma abertura na laje para inserção da escada e instalação do elevador, essencial para uma melhor acessibilidade. Foi feito, por isso, um reforço estrutural, compensando todos os rasgos feitos na laje.
Outro desafio para o escritório foi o de aproveitar o vidro fixo da fachada, o que foi resolvido com enchimentos de alvenaria para compor os volumes de caixas no exterior do projeto. A fachada agora é composta por réguas de concreto, revelando a linguagem bruta da forma construtiva. Nas molduras em madeira pínus, a cor natural ganhou tratamento náutico para criar resistência a intempéries.
Na fachada, panos de vidro emoldurados por réguas de concreto revelam a amplitude do edifício e a disposição dos ambientes, além da variedade de mercadorias, para quem passa pela agitada avenida.
Logo na entrada, encontra-se uma oficina mecânica, no qual o usuário pode acompanhar a montagem e o conserto da sua bicicleta sentado em banquinhos com assento selim.
Subindo para o segundo andar, os clientes encontram objetos e acessórios como camisetas, uniformes, bonés e afins, que estão à venda e dividem espaço com uma grande tevê destinada aos estudos de performance e testes com bikes.
O terceiro e último andar abriga um lounge reservado para eventos e encontros, que pode ser acessado pelo elevador. Nele, destaca-se a estrutura metálica aparente, com suas vigas, pilares e contraventos.
No que diz respeito à iluminação, o escritório optou pelo LED. Na área de vendas, há trilhos direcionáveis e expositores com fitas de LED embutidas, que dão a sensação de profundidade e chamam a atenção para o produto comercializado. Arandelas e pendentes fazem referência à linguagem industrial que caracteriza todo o projeto.
Os tijolos de demolição, já existentes na construção, além do aço e do concreto, definem bem o estilo industrial da loja. “Os tijolos serviram de ponto de partida para a criação de um espaço com ares industriais e, ao mesmo tempo, com uma arquitetura moderna e atemporal”, diz Cioni.
Por todo lugar, há bicicletas e itens relacionados espalhados, inclusive uma caixa de seis metros de altura. Há, ainda, grafite na parede e piso de paralelepípedo que remete às ruas da cidade.
“Foi o conceito industrial que nos conduziu, com uso de estruturas e formas construtivas aparentes”, comenta Cioni. “Tudo foi pensado para quem gosta e entende de bicicletas”, conclui Sá.
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