Situado na cidade modernista - Brasília (DF) - está o Apartamento Zero Zero 1, localizado em um dos prédios com estilo brutalista e estética excêntrica diferente do que, comumente, é adotado em cidades planejadas.
O escritório Debaixo do Bloco Arquitetura foi convidado a idealizar um projeto que anulasse a primeira impressão fria que o estilo do prédio possuía, tal uma planta leve e com as características de um apartamento típico brasiliense.
Estabelecido no quarto andar do edifício, o apartamento tem vista para as copas das árvores. O intuito era permitir que os moradores pudessem contemplar uma paisagem verde em qualquer momento do seu dia (da preparação do café à recepção dos amigos). Além disso, iluminação e iluminação naturais.
Os brises que marcam as fachadas compõem os interiores. Mantidos em seu estado original - armado concreto -, eles protegem da incidência solar direta e dá sustentação a estrutura do lado externo, possibilitando uma planta aberta sem intervenção de vigas e pilares dentro das unidades autônomas.
As áreas sociais, de serviços e íntimas são segmentadas e disfarçadas por portas piso teto na mesma cor que as paredes. A ideia de integração vem para contemplar o máximo da vista que é bastante dinâmica durante o ano.
Conforme as estações passam as árvores típicas (ipês amarelos e rosas e os flamboyants vermelhos) mudam de cor. Na seca, as folhas caem e entregam ao morador um horizonte antes filtrado por elas. Para manter essa vista mesmo quando se quer uma privacidade maior ou a quebra da luz que cruza os ambientes em certos períodos do ano, foram instaladas persianas que possibilitam, mesmo que fechadas, a apreciação de uma paisagem turva.
Pensando nos elementos sensoriais da arquitetura a mesa de vidro que percorre a sala de jantar e o hall de entrada leva o brilho e o reflexo da paisagem para dentro do apartamento, uma forma de mesclar o exterior com o interior.
A paleta de cores do projeto está harmonizada com o piso preto e as paredes brancas. O bloco de cor verde, onde o tom foi retirado da cartela de cores do Le Corbusier, quebrou a monotonia dos espaços. Esse bloco que pousa na sala é composto por banheiros e armários e que tem a intenção de anular a simetria dos espaços.
“A ideia é trazer harmonia no projeto e, ao mesmo tempo, criar uma dinâmica equilibrada que deixa os espaços menos óbvios”, conta o arquiteto Clay Rodrigues.
Para os interiores, o escritório optou por peças clássicas e assinadas por diversos designers (Flavio de Carvalho, Sergio Rodrigues e Jader Almeida). Além da coleção de luminárias que são como esculturas que trazem movimento e levam iluminação de apoio quando anoitece.
Para dar continuidade à paisagem dentro dos interiores e ter a profundidade criada pela comunicação externa, obras de artes que ganham grande destaque. O hall foi revestido por azulejos do artista Athos Bulcão. Na sala de estar, dispostos como em uma galeria, estão os brasilienses Christus Nóbrega e Ana Siqueira, reproduções do Baskiar e da arte aplicada no muro de Berlim de Shamil Gimajew's, Aldemir Martins e as Fotografias de João Paulo Teles e Nino Muniz.
Escritório
Termos mais buscados