Localizado no cosmopolita bairro de Petrópolis, em Porto Alegre (RS), repleto de restaurantes, praças, Há um afinado diálogo entre a arquitetura da construção e a vizinhança e isso acontece de forma positiva e propositiva, mas sem ostentação Ricardo Vellinho Ruschel academias, clube e charmosas construções datadas de 1950 e 1960, o edifício residencial Amélia Telles 315 surge totalmente integrado ao entorno. Sob a ótica contemporânea, o projeto revela-se uma homenagem à arquitetura porto-alegrense presente no bairro, partindo de linhas simples e puras e culminando em uma obra atemporal. O arquiteto Ricardo Vellinho Ruschel, autor do projeto, confirma: “Há um afinado diálogo entre a arquitetura da construção e a vizinhança e isso acontece de forma positiva e propositiva, mas sem ostentação”.
Em uma pequena estrutura de apenas cinco andares – já incluso o térreo – a obra mostra-se grande ao oferecer oito apartamentos de alto padrão, voltados aos anseios de liberdade e identidade do homem moderno. Para Ricardo, trata-se de um projeto que explora o diálogo entre a vida privada e a urbana. “A planta é livre, flexível e sem vigas, com lajes nervuradas aparentes, que permitem personalizar e adaptar o layout a gosto do morador”, desvenda o arquiteto.
Com metragens que variam entre 102 e 127 m², 12 vagas de garagem e uma área total de 1.190 m², o empreendimento possibilita inúmeras configurações de layout – com ou sem paredes –, além de diversos tipos de acabamento. Como a planta é livre, o morador dispõe do espaço da maneira que melhor atender às suas necessidades. Assim, ora o dormitório pode ser integrado à área social, configurando um loft, ora apresenta-se apenas semi-integrado, com um supercloset e metragem de 40 m². Na cozinha, é possível escolher entre os estilos fechada, americana, em ilha ou, ainda, a disputada cozinha gourmet, ideal para quem recebe muitos amigos. A mesma flexibilidade pode ser estendida ao estar, possível de ser integrado a todas as áreas sociais e até ao quarto.
Os revestimentos são um capítulo à parte. Dá para optar entre uma laje nervurada aparente com o A planta é livre, flexível e sem vigas, com lajes nervuradas aparentes, que permitem personalizar e adaptar o layout a gosto do morador Ricardo Vellinho Ruschel piso de cimento queimado ou de madeira, ou partir para o tradicional forro de gesso e assoalho de madeira. Isso é possível por causa do grande pé-direito que oscila entre 2,73 m, na face interior da nervura, e 2,90 m na laje.
A esquadria principal é de PVC, com vidro duplo de alumínio e pintura eletrostática – com acabamento em aço corten. Os grandes vãos medem 9,40 m de largura e apresentam abertura expressiva de até 2/3, integrando a área interna à bela paisagem externa, com melhor aproveitamento da iluminação natural.
No projeto, várias soluções econômicas foram utilizadas, como o sistema estrutural de lajes nervuradas, que se mostra relativamente simples e barato, uma vez que diminui a quantidade de aço na estrutura do edifício. Já a utilização das formas plásticas para o concreto, empregadas durante a obra, é responsável por diminuir o uso da madeira. Merecem destaque, ainda, as portas internas, revestidas com lâminas de garrafas PET recicladas.
Para conseguir a eficiência acústica nos apartamentos, os arquitetos utilizaram manta acústica entre a laje e o contrapiso de todos os pavimentos. O recurso garante baixa emissão de ruídos. A preocupação refletiu-se também na escolha dos vidros de 6mm instalados em todas as esquadrias. Além de ajudar na retenção dos sons, eles ainda promovem o isolamento térmico.
No banheiro, o piso é aquecido, e uma central de automação controla o sistema de iluminação e tomadas. As fachadas do edifício são revestidas de pastilha de vidro, e a cobertura ostenta um telhado verde com paisagismo de espécies nativas, que exigem o mínimo de irrigação. Na área externa, foram utilizadas apenas luminárias LED. Ricardo Vellinho explica: “Por trás da estética houve uma grande preocupação em buscar soluções que levassem à baixa necessidade de manutenção e durabilidade da obra”. Um exemplo da boa arquitetura, implicitamente, sustentável.
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