O terreno calcário da região de Serra Morena, na cidade de Córdoba (Espanha), envolve o Alojamiento Rural en Casa Cueva como um abraço. Isso porque o escritório UMMO Estudio conseguiu, com maestria, encaixar o projeto arquitetônico nas formações geológicas nativas da fazenda Cuevas del Pino.
Antigamente, o local era o recanto de um fazendeiro, mas com a reabilitação da área foi transformado em um alojamento rural para acomodar outras atividades que começaram a ser desenvolvidas na região. Criamos um diálogo fluido e constante com o que já existia e a nova arquitetura, mas sempre respeitando o contato com a natureza Andrés Moreno e Manuel MurilloA propriedade de 23 hectares é dedicada à agricultura ecológica com plantação de beterraba, alho e árvores frutíferas de diferentes variedades da região.
Os muros preexistentes do Alojamiento Rural en Casa Cueva e a rocha que o rodeia foram responsáveis por integrar o projeto ao entorno. “Criamos um diálogo fluido e constante com o que já existia e a nova arquitetura, mas sempre respeitando o contato com a natureza”, contam os arquitetos Andrés Moreno e Manuel Murillo.
Para criar uma conexão entre o projeto e os materiais preexistentes, os autores optaram por usar materiais em seu estado natural com uma presença bem adaptada à atmosfera da caverna em cada uma de suas variáveis.
A estrutura, composta por volumes limpos e silenciosos, espaços amplos e transparentes, recebeu materiais pétreos, como concreto e mármore, em todos os pavimentos. Aberturas de vidros foram aplicadas na face sul para facilitar a entrada de luz natural; e para o mobiliário foram utilizadas madeiras fabricadas artesanalmente, dando aconchego ao ambiente.
A fachada principal do alojamento é unida a uma série de estruturas de construção vernácula e está voltada para um jardim de 3.000 m², localizado dentro da propriedade.
Dentro deste grupo de pessoas, gostaríamos de destacar as contribuições do dono da propriedade e da artista Pilar del Pino, que desempenhou um papel importante como designer de interiores e coordenadora dos vários agentes envolvidos Andrés Moreno e Manuel Murillo“Um caminho nos leva ao terraço da casa e nos conduz ao interior da terra, desde o fundo de uma escada descendente até um nível de altura a partir do qual podemos desfrutar e contemplar os arredores”, comentam os arquitetos.
Esse caminho se assemelha ao acesso a uma caverna e faz a união entre o exterior e o interior, revelando um contraste entre a força da pedra e a leveza da arquitetura simples e discreta.
Além de abastecer o espaço com luz natural durante o dia, o vidro na fachada cria um conjunto de transparências que ilumina a entrada na casa com um efeito luminotécnico que embeleza o volume à noite ao contrastar com os materiais e a iluminação aplicada nos espaços internos.
O acesso à caverna é um espaço inesperado cheio de nuances sensoriais. De acordo com Moreno e Murillo, todos as aplicações luminotécnicas são acompanhadas de soluções térmicas, que mantêm o interior sempre agradável independentemente das temperaturas externas.
“Normalmente projetos em cavernas são projetados com uma única entrada e um interior sem janelas, como resultado da escavação direta da terra. A particularidade desta casa está no quarto, onde há uma ampla abertura para o exterior virada para o leste”, revelam.
A abertura inserida no dormitório captura a luz da manhã e, ao mesmo tempo, fornece ventilação cruzada, renovando o ar nos demais ambientes.
O projeto e a construção constaram com diversos colaboradores. “Dentro deste grupo de pessoas, gostaríamos de destacar as contribuições do dono da propriedade e da artista Pilar del Pino, que desempenhou um papel importante como designer de interiores e coordenadora dos vários agentes envolvidos”, concluem os arquitetos.
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