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Adega Santiago SP

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A unidade em São Paulo é marcada por um bar de crudos, a adega que dá nome ao restaurante e a janela para a cozinha. Imagens: Fran Parente
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Arquitetura, culinária e inovação

Texto: Naíza Ximenes

Reunindo o conhecimento prévio aplicado no projeto da unidade carioca e a expertise de anos de atuação, o escritório Bernardes Arquitetura projetou mais uma filial do restaurante Adega Santiago — dessa vez, em São Paulo, no CJ Shops.

Apesar de já ter um briefing pré-estabelecido (já que a nova unidade paulista deveria seguir a mesma linguagem visual das outras), a equipe de arquitetos encarou o desafio de projetar um ambiente que fosse rústico e ao mesmo tempo contemporâneo, sem abandonar a sutileza na seleção de materiais e na disposição do espaço.

Como descreve a arquiteta Camila Tariki, a situação com a qual se depararam foi: um espaço cru, com uma área integrada à circulação do shopping e uma área fechada que ainda não havia sido construída, mas estava prevista no escopo. Assim, além de garantir a integração entre os diferentes espaços do restaurante, a equipe de arquitetos deveria se preocupar em integrar o ambiente de espera com o restante do shopping.

“Nós tínhamos o desafio de criar um restaurante com a identidade do Adega e dividi-lo entre área externa, área interna inferior e área interna superior. Além disso, tínhamos que resolver algumas questões de circulação e, principalmente, proporcionar uma experiência aconchegante ao frequentar esses ambientes separados”, explica Tariki. “Acho que, conceitualmente, o programa tinha que fazer a costura da identidade e atender esse público, que era diferente dos outros restaurantes”, complementa.

Adega Santiago SP: a receita

Assim como em qualquer restaurante, o foco central do projeto do Adega naturalmente recai sobre a cozinha, onde fica um dos grandes destaques da filial: o novo forno Josper, uma aquisição inédita na rede de restaurantes.

Tamanha novidade, uma das prioridades do projeto era deixar a cozinha completamente à mostra, de forma que todos os visitantes pudessem ver o que acontecia do lado de dentro. Junto ao bar de crudos e à adega (que dá nome à casa), essas seriam as maiores inovações no projeto do Adega Santiago SP.

O bar de crudos é um ambiente caracterizado pelos pratos feitos com alimentos crus — em especial peixes e frutos do mar frescos. No projeto, ele foi inteiramente desenhado pela equipe de arquitetos e ganhou uma estrutura de madeira de formato orgânico e sinuoso.

Por ter uma proposta mais informal e descontraída, o bar foi alocado na área de espera, em um dos corredores do CJ Shops que leva ao restaurante. Assim, o visitante pode aproveitar do cardápio de alimentos crus e da cartela de drinks em um ambiente descontraído, com a opção de aguardar por uma mesa nas banquetas do bar ou nos bancos com estofados verdes à direita do corredor.

De acordo com Tariki, os bancos lineares acabam criando muita flexibilidade para a operação do restaurante. “Você pode juntar e separar as mesas com facilidade, e todo esse grande bar fica envolto por bancos e algumas mesas soltas”, diz. 

Marcia Santoro, outra arquiteta envolvida no projeto, completa: “Era importante fazer com que a eventual espera fosse também uma experiência prazerosa.” 

O teto do espaço é outro elemento que chama atenção dos visitantes — tanto pelo forro, de ripas de madeira que se estendem pelo corredor, quanto pelas grandes luminárias circulares.

Uma vez que o visitante é chamado para ocupar sua mesa no Adega Santiago SP, ele ganha três opções de ambientes: o espaço mais despojado, à esquerda (cercado por panos de vidro e com sofás verdes em formato de “L”, junto às mesas); o espaço mais intimista, ainda que informal, ao meio (cercado por brises, mesas e adega de madeira, além da vista para a cozinha e as paredes de madeira tingida de verde nas laterais); e o espaço mais privativo e tranquilo, no andar de cima, acessado pelo corredor à direita (que também ganhou sofás verdes, forro de madeira, brises de madeira verde em uma lateral e vista para a área externa em outra).

Vale salientar que é no espaço central que fica o cerne do restaurante. Isso porque, logo no corredor de acesso, os brises ou painéis pivotantes de muxarabi são o primeiro elemento visível à distância. Eles podem ficar abertos (para maior integração) ou fechados (separando sem criar barreiras visuais), e preenchem tanto a lateral do corredor de acesso ao pavimento superior, quanto a lateral que o separa do espaço onde ficam os sofás em “L”. 

Sala de jantar de uma casa. Há uma mesa de madeira com tampo preto no meio e oito lugares. À direita, um móvel de madeira. À esquerda e ao funod, portas de vidro do chao ao teto entre sala de jantar e área externaNa foto, estão os painéis pivotantes de muxarabi, cozinha no centro e uma parte da adega 


No salão, ficam uma série de mesas e cadeiras de madeira, material que também reveste o piso, o forro e as luminárias. As paredes, apesar de também serem de madeira, foram tingidas de um tom de verde igual ao dos sofás. Em frente à entrada, há uma adega repleta de vinhos e coberta por vidro, e, na parede ao lado, fica a janela com vista para a cozinha no interior. 

Santoro reforça a preocupação do escritório em usar materiais naturais. “Você está numa mesa e sente que ela é de madeira maciça. Os brises, que nós já tínhamos feito no restaurante do Rio, também são de madeira. Além da profundidade, ele dá uma certa proteção para o lado de dentro, mas sem obstruir a visão e dando um movimento também na fachada.”

Ela continua: “no segundo pavimento, nós temos um jirau [estrado ou pavimento de madeira construído a meia altura de um recinto e que cobre parcialmente essa área] que serve para eventos e lá tem uma pintura mineralizada com uma cor mais parecida com tijolo que também tem em outros restaurantes.”

A marcenaria e o mobiliário foram desenhados pela equipe de arquitetos do Bernardes Arquitetura, assim como o projeto de iluminação, idealizado em parceria com a Lightworks. A única exceção se dá pelas cadeiras, desenhadas por Carlos Mota, que se tornaram uma marca do restaurante.

Outro destaque citado pela equipe de arquitetos são as luminárias de pendentes circulares, que, apesar de seguirem o conceito desenvolvido na unidade do Rio de Janeiro, têm um diferencial: elas possuem aberturas estratégicas que emitem luz apenas pelos eixos, para criar uma escala mais agradável para o espaço. Elas foram instaladas em todos os ambientes do restaurante: bar, área de espera, salão principal, área exposta e andar superior. 

No segundo pavimento, o design foi pensado para criar um ambiente mais intimista. Um grande sofá verde acompanha o formato linear das paredes, criando a sensação de mesas mais próximas e conectadas. Algumas prateleiras de madeiras abrigam garrafas de vinho e, no outro lado do pequeno salão, os brises de madeira verde permitem visualização parcial do andar abaixo.

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Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2021
  • Conclusão da obra: 2022
  • Área construída: 389 m²

Ficha Técnica

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