O projeto arquitetônico d’A Casa Brasileira, com 3.800 m² de área no Lago Sul de Brasília/DF, foi originalmente concebido em 1988 pelo arquiteto Zanine Caldas. Anos depois, em 2016, o escritório Debaixo do Bloco Arquitetura recebeu a missão de requalificar a residência.
“O nosso objetivo foi resgatar a identidade da casa planejada por Zanine e, ao mesmo tempo, propor melhorias arquitetônicas, como aproveitar melhor a luz natural, tornando-a mais clara. Foi uma reabilitação e reativação do uso da casa”, explica o arquiteto Clay Rodrigues.
O objetivo dos arquitetos foi manter os traços de Zanine e, ao mesmo tempo, melhorar sutilmente a arquitetura. Para tanto, mantiveram a estrutura aparente em madeira a fim de preservá-la como um dos principais elementos estéticos. Essa característica é consequência do desenho do telhado, cuja estrutura é definida com harmonia entre os pilares, vigas e cobertura da residência.
Uma das poucas modificações propostas foi o acréscimo de novas esquadrias na fachada, tornando toda a casa translúcida.
“Nossa linguagem é clean e atemporal. Não gostamos de modismo, excesso de revestimentos e afins. Portanto, a inspiração para o estilo da casa é uma linguagem contemporânea e modernista”, comenta o arquiteto.
Trabalhar os layouts de ambientes foi importante para que não existisse desperdício de área. Um layout funcional e, ao mesmo tempo, que preenchesse todos os espaços, foi a premissa que norteou os arquitetos.
Existem dois mezaninos no projeto: um compõe as áreas coletivas, que, além de ganharem uma nova vista, também foram integradas: sala de estar, sala de jantar e cozinha agora ficam interligadas. A conexão é visual e dinâmica. O outro mezanino é isolado e conta com suíte e escritório.
O excesso do vidro por todos os ângulos é proposital, pois é esse material que proporciona uma harmonia entre a arquitetura da casa e a natureza que a cerca. Também permite que os ambientes passem por uma transformação constante. As paredes de vidro fazem a casa ter cores diferentes conforme o tempo passa, mostrando novos cenários ao longo do dia.
Foi mantido o piso original do projeto, feito de ardósia na cor verde. Quando as portas estão abertas, tem-se a impressão de não existir limite entre o interior e o exterior, ganhando-se assim uma grande varanda.
As madeiras, que devido ao verniz haviam perdido a cor, voltaram ao seu tom natural. As esquadrias, antes fixas, agora basculam como mais uma opção de iluminação natural e de ventilação. Aliadas ao beiral do telhado, trazem também um conforto térmico ideal para os ambientes internos.
O mobiliário dá ênfase para a arquitetura modernista e o design brasileiro, com tons crus misturados com pedra e tecidos naturais. Peças de arquitetos renomados como Niemeyer e Lina Bo Bardi preenchem o espaço junto com designers contemporâneos.
À beira da piscina, os pufes gigantes de cor azul contrastam com o piso de pedra Pirenópolis, típica do Cerrado. E, por fim, há a bela área verde que rodeia toda a construção, rica em palmeiras e árvores frutíferas.
Escritório
Veja outros projetos relacionados
Termos mais buscados