Desenvolvido pelo escritório Belotto Scopel Tanaka Arquitetura para uma empresa da área digital, o projeto 602 traz como característica principal a funcionalidade, sem elementos decorativos, valorizando apenas o que é essencial e deixando aparente dutos de ar-condicionado, eletrocalhas e a própria estrutura do edifício, que está localizado em Curitiba (PR).
“Fomos contratados por um grupo de investidores em tecnologia para reformar o espaço e criar um novo layout de acordo com os conceitos de ocupação e organização estabelecidos por eles”, conta Thiago Tanaka. Entre esses conceitos o arquiteto destaca a flexibilidade, a integração dos usos, a comunicação visual e o bem-estar dos funcionários, todos eles norteadores do projeto arquitetônico.
Quando os arquitetos foram visitar o espaço pela primeira vez, encontraram diversas divisórias em drywall e ambientes bem compartimentados. O primeiro passo foi remover todas essas divisórias e todo o forro existente.
No eixo principal foram distribuídas as estações de trabalho e o setor de serviços, que são instalações de banheiros, copa, depósito e área técnica, que ficou oculta por um painel em madeira naval. No final do escritório os arquitetos posicionaram a sala de reuniões e optaram por deixá-la parcialmente integrada através de uma estante que serve como divisória e apoio para objetos e materiais.
Como o forro existente escondia a estrutura ritmada das vigas, os arquitetos optaram por descartá-lo completamente. Para iluminação, foram utilizados spots fixados em eletrocalhas industriais, deixando toda a infraestrutura aparente. Além disso, foi possível utilizar spots direcionáveis e pendentes que criam focos de iluminação.
“O nosso principal desafio foi o curto prazo de execução, mas conseguimos otimizar em função das decisões projetuais. Também tivemos que projetar uma sala buscando a integração com outra já existente. Como solução para integrar esses espaços, sugerimos um lounge entre as duas salas como uma área de transição, criando um meio de convívio para descanso e descontração”, relata.
Embora o layout dos espaços tenha seguido o conceito de flexibilidade e integração dos usos, os setores ficaram bem definidos. Os arquitetos trabalharam com mobiliário todo solto e descartaram a possibilidade de salas fechadas ou espaços segmentados, promovendo o trabalho colaborativo. Eles também projetaram alguns móveis em estrutura metálica e madeira.
“Mesmo com uma proposta mais informal, o escritório não deixa de passar seriedade. No geral as cores são sóbrias e neutras, predominando o preto, o branco e o cinza. A cor azul, por exemplo, foi utilizada pontualmente fazendo referência à marca da empresa. Usamos a madeira como um material mais quente, aparecendo em alguns elementos de destaque e tornando o ambiente mais agradável”, comenta o arquiteto.
Os materiais que predominam no projeto são: textura de concreto, aplicada nos pilares da fachada, que antes estavam com um revestimento bem deteriorado; piso vinílico, escolhido por ser um material mais resistente, de fácil manutenção e aplicação rápida e usado com aspecto de concreto em toda a sala, inclusive na copa e nos banheiros; e compensado naval, que é um painel que esconde os acessos das áreas de serviço e banheiros.
“Tomamos partido das vertentes da madeira para criar um elemento de destaque no ambiente. Também utilizamos este mesmo material nas estantes e no banco que projetamos” conclui Tanaka.
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