Ao planejar o seu refúgio no campo, o proprietário e único morador da Casa Solar da Serra buscou um lugar tranquilo, onde pudesse ter o máximo de contato com a natureza.
Localizada em uma reserva ambiental nos arredores de Brasília (DF), a residência – projetada pelo escritório 3.4 Arquitetura – tem amplas aberturas que fazem a total integração entre o interior e o exterior e convidam à contemplação da exuberante vista do entorno.
“É um projeto com formato simples, mas inovador, que retrata uma arquitetura minimalista e moderna. O conceito da Casa Solar da Serra foi implantado de forma singela sobre uma paisagem cheia de curvas”, comenta o arquiteto Rodrigo Fortes.
De acordo com outro arquiteto do escritório, Diogo Santos, a morada possui um programa de apenas 95 m², que inclui sala de estar e cozinha integrada, escritório, quarto, banheiro e uma área de serviço independente.
Se no início do projeto o declive acentuado do terreno pareceu um obstáculo, ao longo do trabalho ele acabou se tornando uma importante orientação aos arquitetos. Outro fator que norteador foi a localização do lote dentro de uma área de preservação natural.
“A casa foi posicionada no terreno de forma sutil, sobre quatro pilares, evitando assim, grandes movimentos de terra e desmatamento. Todos os espaços são abertos ao horizonte, criando uma continuidade entre interior e exterior e uma percepção espacial dinâmica durante todo o dia”, explica Santos.
De acordo com a arquiteta Andrea Bagniewski, também do escritório 3.4 Arquitetura, o projeto da Casa Solar da Serra buscou estabelecer coerência entre a estrutura e os materiais empregados. A casa é constituída por uma caixa de concreto armado com empenas cegas na lateral e fachadas em alumínio e vidro. "O volume da estrutura autoportante foi todo executado em concreto armado”, conta Bagniewski.
O design compacto foi materializado como um prisma de concreto, orientado para fornecer vistas panorâmicas sobre a paisagem. “A implementação foi prevista para respeitar o terreno natural, no qual o volume repousa e preserva sua inclinação original”, destaca a arquiteta.
Quando aberto, o bloco emoldura o vale, integrando o ambiente externo ao interno e favorecendo a ventilação cruzada – esta, contudo, é garantida mesmo quando os ambientes estão fechados, por causa das venezianas, que proporcionam maior conforto térmico.
As frestas das portas deslizantes permitem a entrada de luz e ventilação natural, favorecendo o esfriamento do concreto, um material que naturalmente tende a absorver e reter o calor.
“Outro recurso para manter o conforto térmico dentro da casa foi a implementação de uma camada de vegetação que impede a incidência direta da luz solar sobre a laje de concreto e, por sua vez, também fornece o sistema de coleta e reutilização de águas pluviais”, explica Rodrigo Fortes.
Com o concreto presente na parede e no teto dos ambientes interiores, a decoração interna acaba refletindo a arquitetura externa da Casa Solar da Serra. O mobiliário e a decoração são os elementos que dão cores e texturas aos ambientes.
“Objetos adquiridos em viagens, bancos indígenas e mobiliário nacional e vintage compõem a decoração e tornam o local mais acolhedor”, conta Bagniewski.
O piso de madeira traz aconchego ao volume de concreto e cria ligação com as escadas que levam ao jardim. Além de propiciar acesso à edificação, as escadas representam um local para descanso e contemplação.
“A vista privilegiada desta edificação suspensa foi aproveitada em todos os espaços proporcionando amplitude visual, iluminação e ventilação aos ambientes”, conclui Fortes.
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