A Casa dos Caseiros foi concebida em 2013 pelos arquitetos Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca e Inacio Cardona, sócios no escritório 24.7 Arquitetura Design. Seu projeto arquitetônico de habitação teve cunho social, pois a casa, construída com um orçamento de 50 mil reais, poderia servir de modelo para outras moradias econômicas.
A residência foi implantada em um terreno de 70 m² na região de Campinas (SP). Sua planta modulada possibilitou uma construção rápida, eficaz e com desperdício reduzido. “Vale destacar o tempo curto da obra e a independência dos trabalhadores durante a execução, de modo que as visitas técnicas de acompanhamento ocorriam, em média, apenas uma vez por semana”, revelam os arquitetos.
Considerando-se a metragem enxuta da área em que o projeto foi erguido, o layout abriga de maneira confortável os moradores, com opção de três dormitórios com um banheiro ou uma suíte, dois dormitórios e um banheiro. As medidas são maiores do que as da maioria dos programas habitacionais, – de 40 m² no programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo –, conferindo mais qualidade de vida às famílias.
Pelaio, Tenca e Cardona explicam que o baixo orçamento para a construção foi superado com a racionalização dos materiais e do sistema construtivo. “A casa possui materialidade muito simples, basicamente o bloco de concreto pintado de branco e esquadrias em alumínio branco”, completam.
O sistema construtivo de blocos estruturais elimina a necessidade de pilares e vigas de concreto e, consequentemente, as caixarias de madeira.
A residência se resolve de forma simples, ao mesmo tempo em que garante ventilação natural nas áreas sociais e de serviço. Um pátio foi implantado de maneira estratégica ao redor da cozinha, assim como o escritório e a sala, proporcionando iluminação eficiente e renovação do ar pelos ambientes de maior permanência. Além disso, o telhado transmite conforto térmico aos ambientes.
“O pátio é a garantia de que mesmo com a casa geminada ao lado, o projeto não careceria dos recursos naturais necessários à salubridade e bem-estar dos moradores”, contam os arquitetos.
A casa é considerada única pelos arquitetos, graças à sua ruptura de paradigmas. “Conseguimos comprovar a importância que tem a arquitetura na felicidade de uma família. Isso nos motivou a tomar uma decisão de compartilhamento do projeto, possibilitando, assim, a democratização arquitetônica. Ficamos esperançosos com a possibilidade de ela chegar ao lar de outras famílias com dificuldade para contratar um arquiteto”, concluem Pelaio, Tenca e Cardona.
Escritório
Termos mais buscados